A escolha do destino: um plano que mudou
Vivi uma experiência pela primeira vez sem querer…
Tinha uns dias de férias para tirar. A ideia era seguir, pela segunda vez e levando a afilhada junto (presente de 18 anos), para os Estados Unidos. Mas, por motivos de estratégia em milhas, não comprei as passagens para Nova York — estavam muito caras para o mês de outubro (leia sobre essa viagem no blog).
Nesse cenário, pensei: para onde ir, que seja inédito para nós (eu e Leandro) e não tão longe (residimos em Jundiaí, interior de SP)?
Pesquisei vários destinos, entre eles Buenos Aires, na Argentina, e Santiago, no Chile. Não consegui escolher um só, então encaixei os dois destinos no mesmo roteiro: São Paulo > Buenos Aires > Santiago > São Paulo. Tudo isso em 12 dias.
Buenos Aires: arte, história e charme europeu
Fomos para BA, onde passamos cinco deliciosos dias, e seguimos para o Chile, para mais sete dias de viagem.
Passear pelas ruas de Buenos Aires é encantador. Uns bairros mais clássicos, com construções que lembram a Europa (me fez lembrar e muito de Paris), outros coloridos e divertidos, com arte moderna, como o Caminito. Alguns revitalizados e cheios de vida, como Puerto Madero.
Nos cinco dias, nos dividimos entre os pontos turísticos e percorremos toda a cidade e seus principais atrativos. Mas isso trarei com detalhes em outro artigo.
Como spoiler, o que mais marcou foram os cafés centenários, os teatros e a visita a algumas obras do Malba, além do charmoso Mercado de San Telmo.
O planejamento que amo fazer
Antes, porém, na confecção do nosso roteiro de viagem, com atrativos e experiências dia a dia, fiz curadoria e pesquisa. Contratei uma agência de passeios no Chile para irmos até a Cordilheira dos Andes. Fechei três passeios por lá: Embalse del Yeso, Pôr do Sol nos Andes e visita à conceituada vinícola Concha Y Toro.
Durante esse período pré-viagem (que eu adoro!), reservei passeios, restaurantes, pesquisei sobre bairros, museus, cafés centenários, fechei o seguro viagem, o transfer onde foi necessário, os hotéis nas duas cidades.
Dias antes revisei todas as roupas para colocar na mala, comprei algo que faltava, fiz minha farmacinha (sempre levo alguns medicamentos básicos na minha mala), pensei nos destinos e passeios e qual roupa ficaria melhor em cada lugar…
Adoro registrar os momentos, paisagens e lugares. Fala se não é verdade que, quando tudo “conversa” entre si, o resultado fica muito melhor e mais bonito? Veja as fotos… tenho provas.
Essa aqui eu estava de laranja no bairro mais descolado e colorido de Buenos Aires, o Caminito. Me fala se eu não combinei com o lugar?
E nessa outra, com um vestido florido, em meio à plantação de uvas na Concha Y Toro?
Bom… você pode pensar que isso é besteira, mas eu gosto. Sempre que posso e consigo, tento harmonizar meu look com a paisagem. Na minha leiga opinião sobre estilo, isso faz toda a diferença nas fotos.
A experiência não programada: sobrevoando os Andes
No voo para o Chile, já tive uma surpresa imensa: o céu estava de brigadeiro e pude contemplar todo o trecho sob a Cordilheira dos Andes. Foi épico passar sobre ela, que é a maior cadeia de montanhas do mundo e está em sete países. É lindo ver sua formação, a neve sob ela, os trechos áridos e sem vegetação.
Esse era um dos meus sonhos (tenho vários no quesito viagens) e eu realizei.
Chile: vinhos, neve e paisagens de filme
Já no dia seguinte tivemos o passeio para a vinícola Concha Y Toro. Fizemos a degustação premium com visita aos vinhedos, passeio pela propriedade centenária e degustação harmonizada de sete tipos de vinhos da marca, que é a maior vinícola chilena, com toda a explanação de um sommelier.
O próximo passeio foi outro deleite e a realização de mais um sonho: estar aos pés da Cordilheira dos Andes e à beira da represa de água do degelo, aquela de cor esmeralda. Aliás, é essa água que abastece toda Santiago, pois quase não chove ali.
Quando decidi pelos passeios, vi que na época em que eu iria para o Chile, já seria possível visitar com segurança o Embalse del Yeso (no inverno a visitação é proibida por conta dos deslizamentos que podem ocorrer). E assim o fizemos: estive com meus pés na Cordilheira pela primeira vez e na beira da represa esverdeada.
Senti o vento bater no rosto, senti a paz, a calma e a grandiosidade daquele lugar. Como ainda estava com um pouco de neve, o contraste entre a Cordilheira e a água, junto com o céu azul primaveril, revelou o cenário dos mais belos que já vi na vida.
Olha essas imagens… E, como parte do passeio, teve um piquenique com queijos e vinhos nesse lugar encantador.
Neve em outubro? Sim!
Mas o melhor e o inesperado ainda estava por vir. Foi a experiência. Fomos para um pôr do sol nos Andes com piquenique: o que por si só já é muito encantador.
O caminho já era admirável… subir a Cordilheira, por suas estradinhas estreitas e cheias de curvas, já faz do percurso um plus do passeio.
Antes de chegarmos ao local destinado a contemplar o pôr do sol, seguimos um pouco adiante e fomos até o Valle Nevado, que é um dos centros de esqui perto de Santiago.
Era final de outubro já, e as chances de ter neve eram ínfimas. Mas para minha total surpresa, tinha. E eu pude, pela primeira vez — e sem ter programado — tocar na neve. Não estava um frio intenso, já era primavera, mas ela estava lá: linda, branca e ainda imponente.
Não resisti e peguei com as mãos: parecia um gelo triturado, brilhando sob os raios de sol.
Emoção que transbordou
Que emoção. Meus olhos encheram de lágrimas e eu quase chorei (eu sou essa pessoa que se emociona e chora sim). Isso não fazia parte dos planos, pela época do ano em que fiz a minha viagem.
O ponto alto dessas férias era para ser a represa da água esmeralda… mas, por obra do destino, acabei por ter três pontos de destaque: a neve, a represa esmeralda e a Cordilheira dos Andes.
Não consigo eleger um somente. Foi fantástico e tornou a minha visita a esse país ainda mais especial.
Santiago além dos passeios
Nos demais dias, conheci tudo o que Santiago tem de melhor a oferecer — dos bairros à culinária espetacular. Até de teleférico andei (costumo ter medo).
Se quero voltar? Claro que sim. E da próxima vez, aí sim, o foco será ver nevando.
Quem sou eu?
Sou Cintia Fernandes. Jornalista, administradora e travel designer. Casada e mãe de pet.
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