Vivemos em um mundo onde a solidão muitas vezes é vista com desconfiança. Viajar sozinho, então, chega a parecer algo impensável para muitos. Mas e se te disséssemos que essa pode ser uma das experiências mais transformadoras e libertadoras da sua vida?
Viajar só é um convite para a descoberta — do mundo, das pessoas e, principalmente, de si mesmo. Quando você junta essa prática com a filosofia do JOMO (Joy of Missing Out), o resultado é uma viagem que vai além dos roteiros turísticos: é um mergulho na autenticidade, na autonomia e na presença.
Neste post, vamos explorar como viajar sozinho pode ser uma ferramenta poderosa de reconexão pessoal, como o JOMO transforma sua relação com o tempo e com as expectativas e, claro, trazer dicas práticas para quem quer dar o primeiro passo nessa jornada.
O Que é o JOMO e Como Ele Se Conecta à Viagem Solo?
JOMO, ou “a alegria de ficar de fora”, é o oposto do tão conhecido FOMO (Fear of Missing Out). Enquanto o FOMO está ligado à ansiedade de perder eventos, oportunidades ou experiências, o JOMO celebra a escolha consciente de não participar de tudo — e se sentir bem com isso.
Quando aplicado ao universo das viagens, especialmente às viagens solo, o JOMO se transforma em um superpoder. Em vez de seguir um roteiro lotado de atividades só para “não perder nada”, você passa a se permitir viver o que realmente importa para você — sem comparação, sem pressão social, sem culpa.
Por Que Viajar Sozinho é Tão Transformador?
Viajar só é muito mais do que estar fisicamente sem companhia. É uma prática de independência emocional, de tomada de decisão autônoma e de liberdade total. E isso pode ser profundamente transformador. Veja por quê:
1. Você se escuta mais
Sem a presença de outras vozes, você finalmente começa a ouvir a sua própria — aquela que muitas vezes se perde no barulho do dia a dia. A viagem solo proporciona momentos de silêncio fértil, onde você se conecta com seus desejos, limites e sentimentos.
2. Liberdade de escolha total
Quer dormir até tarde? Parar para observar o pôr do sol por uma hora inteira? Comer duas vezes no mesmo restaurante porque adorou o prato? Tudo isso é possível quando você viaja no seu ritmo, sem negociar cada decisão com outra pessoa.
3. Autoconfiança elevada
Ao perceber que é capaz de resolver imprevistos, fazer novos amigos, encontrar caminhos e se virar sozinho em um lugar desconhecido, sua confiança se fortalece. Você descobre uma versão mais corajosa e resiliente de si mesmo.
4. Experiências mais genuínas
Sozinho, você tende a se abrir mais para o mundo. Conversa com moradores, observa os detalhes ao redor e se entrega a experiências que talvez não vivesse com um grupo. A viagem solo é, muitas vezes, mais rica em profundidade do que em quantidade.
Como Abraçar o JOMO Durante uma Viagem Solo
Nem todo mundo está acostumado com o silêncio, a calma e a ausência de estímulos constantes. Por isso, o JOMO pode parecer desconfortável no início. Mas com o tempo, essa sensação dá lugar à leveza. Veja como aplicar essa mentalidade:
1. Desconecte-se das redes sociais
Tirar fotos é ótimo, mas evite passar horas publicando e acompanhando o que os outros estão fazendo. O objetivo aqui é não comparar sua viagem com a de ninguém. Viva o momento por você — não para o feed.
2. Crie espaços de silêncio e contemplação
Seja ao caminhar por uma trilha, sentar à beira-mar ou apreciar um café observando o movimento da cidade, busque momentos sem distrações. Isso ajuda a reduzir o ritmo mental e amplifica sua presença.
3. Não tenha pressa para conhecer tudo
Escolha experiências com mais intenção. Às vezes, um dia inteiro em uma única vila pode ser mais significativo do que visitar três cidades correndo. Lembre-se: quem faz o roteiro é você.
4. Pratique o “não fazer nada”
Parece simples, mas é desafiador. Permita-se momentos sem atividade alguma — só para respirar, ouvir, observar. Isso também é viajar. E, às vezes, é a parte mais preciosa.
Destinos na América do Sul para Praticar o JOMO e Viajar Sozinho
Se você está pronto para experimentar essa forma de viajar, a América do Sul oferece lugares incríveis — seguros, acolhedores e com paisagens inspiradoras. Veja algumas sugestões:
1. Bariloche, Argentina
Ideal para quem curte natureza, trilhas e um clima aconchegante. A cidade tem boa estrutura para viajantes solo e oferece desde passeios tranquilos até aventuras nos lagos e montanhas.
2. Valle de Elqui, Chile
Um destino perfeito para quem busca tranquilidade, céu estrelado e contato com a espiritualidade. Muitos turistas vão para lá sozinhos e acabam conhecendo gente interessante nos hostels e cafés locais.
3. Jericoacoara, Brasil
Isolada do ritmo frenético das grandes cidades, Jeri é ideal para caminhar descalço, assistir ao pôr do sol nas dunas e deixar o relógio no quarto. Um verdadeiro exercício de presença.
4. Cuenca, Equador
Charmosa, tranquila e cheia de cultura, é um lugar perfeito para quem quer se perder pelas ruas de pedra, conhecer mercados locais e desacelerar em meio às montanhas.
5. Montevidéu, Uruguai
Segura, com ótimo transporte e um ritmo relaxado. É possível caminhar pela Rambla por horas, visitar feiras de bairro e tomar um mate observando o Rio da Prata sem nenhuma pressa.
Como Superar o Medo de Viajar Sozinho
Se a ideia de fazer uma viagem solo ainda causa ansiedade, aqui vão algumas dicas para tornar esse processo mais leve:
- Comece por destinos próximos: Um fim de semana em uma cidade vizinha já pode ser transformador.
- Escolha hospedagens com ambiente social: Hostels boutique, guesthouses e hotéis com áreas comuns facilitam o contato com outros viajantes.
- Planeje o básico, mas deixe espaço para o improviso: Ter uma estrutura mínima traz segurança, mas o improviso permite que a mágica aconteça.
- Fale com outros viajantes solo: Ler relatos ou assistir vídeos de quem já viveu isso pode ajudar muito a mudar sua mentalidade.
A Liberdade de Ser Quem Você É
Viajar sozinho te permite ser exatamente quem você quiser — sem o filtro da convivência, sem o papel social, sem a necessidade de agradar. É como se você voltasse para a versão mais honesta de si mesmo.
O JOMO entra nessa equação como um amplificador dessa liberdade: você aprende a não se culpar por estar só, a não sentir que está perdendo algo, e a perceber que estar consigo mesmo é uma escolha válida, rica e poderosa.
Conclusão: A Viagem Mais Importante É Para Dentro
No fim, viajar sozinho não é apenas sobre os lugares que você vai conhecer. É sobre o quanto você vai se permitir se ouvir, se respeitar e se redescobrir no caminho.
Praticar o JOMO durante uma viagem solo é uma forma de dizer sim para o agora, para o silêncio, para a presença e, acima de tudo, para si mesmo.
✨ Pronto para abraçar o JOMO na sua próxima viagem?
📌 Salve este post para se inspirar quando for montar seu roteiro solo.
📤 Compartilhe com amigos que estão precisando de uma pausa do mundo e de uma reconexão com si próprios.
E se tem uma coisa que você nunca vai perder ao viajar sozinho é: a chance de se reencontrar.